sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Same and so... You must love but I should no...



Vejo míriades de peças... se encaixando. - um cenário que se desvela. O quebra-cabeças acaba... - As vezes, quero chutá-lo. Quero reembaralhar tudo, só as vezes. Mas... qual o significado do que vejo acontecer? Cifras, charadas... Abstrato que me hipnotiza, e não se anuncia. Com um aparência de calmaria. E em mim, deixa um gosto de tempestade no céu da boca...

Que lugar eu tenho nesse desenho? Que função? Eu sabia, há menos de dois anos atrás... No entanto... me afastei tanto... de tudo... Linhas tortas. Ligeiras. Instrumento - eu era. Sim... fui da Shinra... E estou sendo desta revolução, deste recomeço... Acreditei ser mais - penso se deveria... é correto e justo eu ser outra coisa?...

Cruzo ao lado de portas abertas - no escuro luzes de lares pendem... As invejo, como jóias na noite. Arma, eu sou - assim tento silenciar minha ânsia... Arma... para matar quem for preciso, para defender tantos quanto puder...

E... e quando chegar a hora?... aquela... maldita... hora definitiva?... O que faço?... ou farei?... Quem sigo?... Coração? Mente? Essa... programação... que me trai... e me salva?... Por que Fenris'úlfr?... é porque vou destruir este Mundo por ir contra sua vontade, contra o lógico e poupá-lo?... ou por permitir que morra em seu último sacrifício por este Mundo?... Como eu poderia?... Quem vai me segurar?... Quem vai estar lá quando eu perdê-lo ou perder-me?...

Volto. Instinto puro. Me recolho para meu território... Entro sem alarde - eles dormem. Coleciono pistas - cheiros - recordações para meus olhos ausentes, para ouvidos afastados de sua festa, desses sorrisos, e palavras... Por meu próprio desejo... Devo me abster de iludir a eles e a mim: sou o que sempre fui...

Subo e sinto a absoluta certeza de estar sozinho. As máscaras caem... Sou só esse pedaço de carne - um monstro planejado a se parecer com eles, com o crânio cheio demais de perguntas e idéias... Devia ser mais simples: sem raízes. Escrevo. Repasso minhas mudanças... Quase não aceito tudo que fiz, o quanto me distanciei da minha origem...

E hoje, o que fiz - percebo e dói: egoísta. Ele estava feliz com Troy... Ela estava feliz entre eles... com o Santo... Tantos paralelos... Sons harmônicos... Então é assim?... que deveria ser?... Então por que... essa arma... Estrelas ainda, em algum lugar?... Onde?...

Quero me esconder. Me guardem... numa bainha hermética... para acordar com o clamor da batalha. Não me deixem esquecer quem sou, não me dêem sonhos que são perigosos... Olhe só - hmpf! - não perco o fio, nunca... Outra vez, essas garras... Insistentes. Brotam. Flores de morte dos meus ossos. - Hey, podemos estraçalhá-los - elas confessam. E continuam crescendo... Sempre... Como se assegurassem: por mais que eu lute contra, sempre irei feri-los... ainda serei quem fui... Está em mim... Não há cura... ou opção... Não há, meu amado... por mais que você brilhe e me garanta... Para você, também não - eu aprendi isso...

Ficará tudo bem... Não me permitirei machucá-los... Cunhas vermelhas... Pétalas de sangue no chão. E depois, rosas surgindo nas gazes... Cor de morango... ... ... Morangos - lembra?... Minha boca saliva da tua... tenho sede das tuas palavras ingênuas e grandiosas... Troco-as por cigarros... Espere, me deixe, só um pouco... ... ... Deixe-me só calar, um instante... ser morto, como um dia seremos...

Viver é voltar ao passado... "Você é igual a ele" - ela me avejou... Agora entendo... Então é isso?... o motivo dele?... o sentimento dele? - como machuca, Drako, você jamais deveria ter feito isso a si mesmo... Mas eu... eu, há nem tanto tempo atrás assim queria que ele esquecesse essas razões... e estivesse conosco... de verdade... Eu, mesmo... lhe pedia, sem palavras... Então implorei, tsc... Estupidez: nem toda aquela patética cena pôde...

Tanto faz que doesse no fim... tanto faz... Eu quis tanto... ... ... E fiz o mesmo... te virei as costas, não, Amber?... Mas tu... tens esse Mundo para ti... tu fazes parte... tanto para ti... e tu miraste em mim... Tu fizeste a mesma escolha ingrata - está apostando naquele que não vai voltar... "Igual a ele"... Quem pode garantir que acertamos?... ou erramos?...

Baixo a cabeça e penso... penso... parece que vou rachá-la em dois... "Igual a ele"... Queria vê-lo entregando-se à felicidade antes de partir para o confronto... Não temos certeza de quando não os veremos mais...

Deveria ser uma arma... E ele não pode pensar assim dele mesmo...

Eu e ele... somos assim tão parecidos?... Ele me deu tantas lições... Quero dizer-lhe: - hey, se dê uma chance! Não há depois!...

Mas o que fiz?... Incoerente... Tudo tão... ... ... O que quero para ele deve ser o que faço do meu caminho?... Essa é a chave?... Você, Todo, você, será que falaria comigo?

Vou desligar...
Talvez, no escuro... escutando a oração que farei...
e nada mais...
essa arma que tenta ser um herói possa sonhar e encontrar a solução
para o herói que tenta ser só uma arma...



quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Choices over crosses thru my heart


Não tinha um nome...

- Mas o recebi de quem mais respeito...
Não tinha pais ou família...
- Meus amigos me emprestaram as suas...
Não tinha uma vida...
- Encontrei-a desafiando a morte por vocês...
Não tenho sonhos para o meu futuro...
- Luto pelo futuro e pelos sonhos de todos...
Não tenho uma casa que seja minha...
- Fiz do Mundo um pedaço de mim, e dos que amo, o meu lar...



Mais forte que tudo. Capaz de gritar meu nome e os seus tão alto que Midgard inteira ouvisse. Capaz de arriscar... Em mim algo, um Sol, quente e ofuscante - a felicidade, ela disse... Cego para toda a dor... E ainda assim, vendo... Sim, mesmo vendo... dúbio, irresponsável, interpondo arabescos de razões e sorrisos para me esquivar - ele, como uma flor sem água, murchando... Escolhas das quais me escondi - como pude achar que resolveria?...

O céu. Aberto demais. O Éden inteiro abrindo-se em vento, luz, batidas de meu coração e do d
ela. Linhas silvando na aceleração. Veloz. Impetuoso. Saudades - reais ou não?... Frívolo... Teus braços - cordas de seda, cheiro de lençóis e idéias de te ter ao meu lado... Chegue mais perto, me invada. Correndo, como um tolo ao precipício. Excitação, vontade de uivar, uivar... Egoísta. Soprando meu dente de leão, apertando minha rosa entre os nós destes dedos...

... quebrados... em pedaços... A dor deles... é insuficiente... tão menor... a fiz chorar... Até mesmo meu orgulho esmagado contra tuas costas,
meu amigo, não me despedaça tanto... Aquelas lágrimas... Pulso dissoante do teu ser, indomável, bravio.

Fio de espada, folha de lança, invisível, pronta. Me parte e me rasga - sou dois ou um? Não sei mais. Ela disse: amor... por ele... É verdade?... Ela disse: Te odeio... Sim, por favor...

Tremo, enroscado neste cobertor. O pano feio cheira a Miguel... Sinto falta, só um pouco, de seu abraço minúsculo... Posso fechar o olho... mas não dormir. Tuas palavras, teus gestos, ainda me trincando. Estilhaços de mim circulando no ar que respiro. Sujo! Sujo demais para descansar... O Santo olha do pedestal. Tremo - o pior inverno vem de dentro. Ou o mais cruel Inferno vive dentro. E eu... fui o demônio que te traiu. O demônio que te atraiu com mentiras e promessas vazias...

Continuo... Miserável! Meus lábios ainda chamam os teus... Teu perfume morre lento... Teus toques... cada vez mais leves, esmaescendo sobre minha pele. Frio. Silêncio...
Que me acorrentem longe de todos que eu teime querer... Que me selem a boca, castrem, apaguem de mim qualquer chama, maldita - ninguém sou para roubar amor de outros!

Não te pedi que ficasses.
Que posso ter que tu precises?... Tens razão - nada. Quanta injustiça te exigir dividir o nada que sou com o tudo que ele é... Fui tão estúpido. Vermelho nos olhos dela, quando se foi, e todas as cores, todas, fugindo com ela... Só o cinza... Só o negro... Sim, amigo: não abro mão do que quero... Mas, não a quero mais - não a quero machucar mais...

Não posso abandoná-
lo mais...

A ti, parceiro... Mendiguei que me juntasses... Atirei contra ti com tantas palavras... Roubei tua liberdade de se recusar a mim... Agora sei... Me perdoe... Tão... perdido... já não sei mais... não me reconheço... Devoro a quem me acarinha...

Me perdoa... Me perdoem...

Um fogo atroz me consome. Minha mente, insone - corvos, corvos... Penso em ti, ainda e ainda. Bandagens e cacos, arame farpado e teus olhos. Tua rebelião. Não te afaste tanto, por favor. Dor e sangue e tanto passado que corre... Não faça assim... Deixe que te salve... Deixe que te mantenha... cor e perfume, som e textura, como algo perfeito demais para ser perdida num Mundo que se vai...

Me deixa te dar de mim o que me resta ainda só meu...

... esta carne que veio do aço e do vidro... este sangue que derramou o de tantos... as batidas deste coração que feriu o teu...

[o poema no início deste post foi inspirado em outro poema, sobre samurais]

Blond heaven, bond raven - twirl of strawberry feel


Pensei que tu fecharias todas as portas... Pela minha boca e tantas palavras toscas...

Uma briga - tu o disseste - mas, você, tão perto. Você... não virou as costas...

Minha voz no teu silêncio. E nossos cheiros misturados no trabalho - nosso legado, nossa prece, a esperança que te traz. Nossas bobagens. Imitação de humanos. Sonhos.
Apesar de tua perda, estamos aqui... Não somos o pequenino - não temos como sê-lo. Mas restamos ao teu lado. Em cada um de nós, perceba, há um fragmento brilhante de tua jóia perdida. Forças. Um lar...

Teu Sol, tão escuro e tão claro - lutando. Eu sinto. Minha testa contra a tua - firme, amigo. Meu ombro esbarra no teu - vamos, parceiro. Meu olho tocando o teu - diga-me e eu o farei, você... você...

O Mundo está respirando lento demais. Hey, estamos aqui, não o deixaremos morrer!... Céu e nuvens, tantas pessoas - sem nome para mim, flores em algum lugar - o perfume na brisa com cheiro de ferrugem... Ah, meu grande companheiro - olhe o horizonte: o Sol desce, só para acordar de novo. Hey, este rosto marcado pelas mãos dele - um sorriso agora, que brilhe como rosas sobre a promessa que fiz para ele: te proteger. Sempre.

Quero abrir a tempestade para ti e achar nela as pétalas com todos teus nomes e os nomes daqueles que te amaram tanto, e destes todos a Vitória - hey, me ajuda - nenhuma guerra mais com vermelhos de sangue e fogo. Nenhum pequeno caixão. Mais nenhuma lágrima nas rachaduras dos olhos dos velhos. Nada mais de braços de mães vazios. Ou o vazio no peito dos pais. Do teu...

Hinos ao nosso redor... Assim sonho. Uma rua interminável de mãos dadas. E o céu, tão brilhante quanto teus olhos, meu guia... Tão dourado quanto teu precioso coração... E uma paz ainda maior que esta que tu me oferece e que perpassa: tudo...

Tudo é possível, assim pulsa meu ser a cada segundo, nesses dias.

Dias com gosto de morangos.

E uma imensidão que diz: Salve-nos.

Toco o Céu com meus dedos a cada inspiração... Nós o faremos.