domingo, 23 de novembro de 2008

Bits of light over my soul, I can bear the sight of my son

[New Edda Arch ~ texto 10,
para acompanhar o arco, ler tb:
http://pattybiakko.blogspot.com/]



Ace...

Obrigado pela sua carta. Foi um grande susto... Uma quebra nisto...

Zero tinha me ameaçado dizendo que iria dar-lhe o acesso ao meu diário... Agora, parece-me que foi bom ter-lhe desafiado - pois ele cumpriu.

Li com cuidado cada letra e procurei imaginar teus dias...

Você me deixa orgulhoso... e aflito... Cuide-se, não se vanglorie demais desse poder... Não queira se tornar um joguete nas mãos deles... mantenha-se livre... pense... pense sempre por si mesmo...

Não confie demais em Zero.

Troy... Não o conheci o suficiente, mas... tive uma boa impressão dele... Fico feliz dele estar ao teu lado. Fico mais descansado sabendo isso.

Vá em frente. Continue firme e ajude no que puder.

Hey...

Ter ciúmes de minha lealdade é tolice.

Eu a tenho por vocês também. Será que entende? Ele precisa de nós agora. Ele tem que ser salvo dessa vez... A primeira vez... que ele parece estar precisando de socorro.

Não pense que eu lhe abandonei...

Não foi isso.

Espero revê-los logo...

Também sinto... ... ...

Me perdoe.

Ash, seu pai.

{dois meses antes do prólogo da 2ª fase}

All the things... and the golden strings... in my dreams... just in my dreams...

[New Edda Arch ~ texto 8,
para acompanhar o arco, ler tb:
http://pattybiakko.blogspot.com/]



Tornei-me um andarilho faz tanto tempo...

Parece que foi a minha vida inteira assim... E que todo o resto foi um sonho... Tsc... estou invertendo tudo...

Ontem... Junon... Atolei-me com o povo... Obras por toda a parte... Minhas pernas, pesadas... Continuar a perguntar, sempre as mesmas coisas e ver os rostos, se apagando... Então... Aquela nuvem... E no meio daquele vapor quente e úmido, naquela brancura... Você.

Minha górgona: você. Meu coração: petrificado. O cabelo, dançando curto e dourado como o Sol. A mesma pose, arrogante. Podia não ser você. Meus pés, grudados nas pedras do calçamento, sem conseguir seguir na tua direção. Teu rosto, súbito, me pegando em cheio. A cor de céu perfeito nos teus olhos. Mas teu olhar, distante. A minha boca... engasgada com um milhão de palavras. Mas quando tu te viras, só um grito, o único: teu nome...

E a nuvem te traga. Eu sinto o cheiro dos teus cabelos. Escuto o tilintar de tuas armas. Teu passo, firme. Sem recato, grito mais e mais teu nome, desesperado, e corro, enfim. O bonde quase me colhe. Eu arremeto por suas paredes, de seu teto reto eu te vejo, seguindo... O céu se prolonga, debaixo de mim, branco, suave, te levando de novo.

Pulo, corro. Mais e mais. Onde esteves? Que te aconteceu? Por que está indo embora de novo? Fique! Agonia, meu fôlego, não mais o mesmo. Estou feliz e perdido e corro, tropeço. Repasso enquanto meus passos ecoam, a cena, te ver, repasso muitas e muitas vezes. É como um milagre. Depois de tantos mergulhos no vácuo... a luz do Sol em meu rosto! Como? Você sempre me salva a tempo... E todas as palavras não ditas como um hino em meu peito. Onde você foi?!...

E acordo...

Simplesmente assim...

Acordo, encharcado de suor.

Ainda é noite. Eu cochilei na soleira de uma porta. E ainda há tantas portas para bater... E vielas... tantos rostos desconhecidos... E lá fora a vastidão. O cinza, o cinza, o cinza...

Será outro dia perseguindo o invisível. O intangível.

Meu ódio especial contra os Weapons... Ainda sem achar neles um ponto fraco... Ainda fugindo. Melhorando. Mais forte. Mais resistente. Acumulando sim umas cicatrizes a mais, mas isso não vai me parar.

Estou de pé ainda.

Onde você está?... Não vou voltar sem você. Em algum canto, eu sei, vou topar contigo. Vou te encarar fundo. Então, vou te puxar contra meu peito e sentir que você é sólido e vivo.

Que é de verdade.

Que sempre foi.

Que eu não estou louco em crer...

sábado, 22 de novembro de 2008

Norns hate, entangled fate - oh, Skuld, it can't be late...


[New Edda Arch ~ texto 5,
para acompanhar o arco, ler tb:
http://pattybiakko.blogspot.com/]



Quem é o responsável por levar de nós o fio de nossa vida e nos deixar ainda de pé, para que o tempo passe sobre nosso corpo miserável com suas passadas de infinitos dias, só para levar pouco a pouco tudo o mais?...

Quem?...


Os meses passam... Eu vou resistir... nem que seja de joelhos... nem que seja me arrastando... Não posso permitir... Me erguer, lutar, protegê-los, procurar...

Onde você está?... Onde está?...

Quando ergo meu olhar do chão e não encontro tuas costas logo a frente... ... ...

Tenho vagado de cidade em cidade... de toca em toca... Sim... Tantos novos lugares. Rostos. Mãos. Gente procurando um recomeço. Gente procurando uma salvação... Como animais assustados...

Tenho tentado fazer o que é certo, ajudar no que posso a cada parada...
Mas sou só um. E esse um, decepciona como herói... Ane me conhece... Ela soube me dizer a verdade sobre mim...

Jogo minha sorte contra os Weapons... os acho por acaso... eles são convidados surpresa por toda a parte... é uma festa dos diabos!... Não acho uma brecha nos filhos da puta... E esse poder... esse legado... Preciso tomar cuidado... Jamais quero ser de novo... o que levanta sua espada contra a garganta do Mundo...


Eu... aprendi com você... e eles...

Ombro a ombro...

Eu...


Pergunto de ti até para os cachorros...

Pergunto de ti até para as paredes...

Por favor... esteja bem... aguente mais um pouco... eu te prometo... não vou te abandonar...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ashes for Ash... [New Edda Arch]

[New Edda Arch ~ texto 4,
para acompanhar o arco, ler tb:
http://pattybiakko.blogspot.com/]


Faz um mês que fomos derrotados... Não escrevi nada sobre isso. Nem vou...

Não posso - não consigo - me detesto em cada detalhe sórdido destas lembranças. Me crucifico e ainda assim é pouco. Pouco demais.

Cheiro de cinzas e metal queimado. Estou sozinho. De novo. Em Corel. Ironicamente a maldita Shinra Corp fez o possível para encontrá-lo, para reorganizar uma cidade deserta. Cidade... - huh! - Inferno!...

Amanhã parto. Vou seguir de povoado em povoado até chegar na sua trilha... Não. Não, você não pode estar aqui embaixo... Não... me nego a crer que você... que você...

... A noite não tem mais estrelas. Nem o calor do teu corpo insone a dois passos do meu. Sem teu silêncio, o rugir das trevas me impacienta. Como você está?...

Não consigo dormir. Rondo, cavo, farejo... Tão... patético... Chamo, como se você me escutasse... Falo contigo... como se pudesse estar só brincando, oculto, me ouvindo... E quando o dourado fosco luta contra o pó do céu, eu quase te sinto ao meu lado... Só um instante... e então... aos poucos, a certeza da tua ausência... a procura... e a exaustão a qual não posso me render... vazia de sonhos...

Perdido... Sem uma meta. Sem hoje. Sem amanhãs. Eu sou o culpado. Em meu lugar - para o meu caixão! - teu filho... Eu deveria tê-lo atraído para longe de vocês... Deveria estar com a maldita Huge!!!

Entende?!

Mas...

E se eu tivesse te contado tudo... teria sido melhor?... Ou simplesmente seria o empurrão que te faltava para que fôsses combatê-lo sozinho? Ah... Me arrependo de não ter tentado matá-lo quando ele esteve ao meu lado. Tive tantas chances, tantas guardas-baixas...

Kuroi!!!...

As vezes sonho com isso... Olhos abertos, tão cansado para me deixar deitar, com tanto a fazer antes de ter paz... Sonho, doce, em acabar com a carcaça trapaceira, daquele desgraçado! De tantas formas diferentes. Ah, a vingança... Vê-lo surpreso em seus últimos instantes, virar as costas, sabendo que a ameaça está extinta... E voltar para casa, - voltar, voltar... - receber teu carinho mudo, a folia de Uriel, o olhar atencioso de Ane... A correria das crianças ao redor de minhas pernas e a solidez do Santo... Uma tarde com Ace, vendo-o montar suas geringonças, escutando-o falar... Cervejas com Troy. Risadas. Aquele sangue... tão bem pago! Minha crueldade tão bem recompensada, diabos!!!

Escrevo isso e noto: não é mais remédio... Não tenho alívio em confessar essas coisas, como antes. Sequer conforto em desabafá-las. Não... Essas palavras apontam da tela para mim e me dizem: - Você mereceu, mas eles não...

Estou só... Carrego este peso e esta dívida para com o Mundo. Para com aqueles que estimo. Tropeço a cada passo no que perdi e no que não posso mudar.

Eu errei.

sábado, 15 de novembro de 2008

Shoulder by shoulder, red & blue, golden & dark as you and I

Drako...


Te traí...

Não como você imaginaria - se eu realmente fui até o fim com este plano e obtive sucesso em roubar a Huge de suas mãos... Pior: menti.

Fiz isso com todas as minhas forças. E foi quase impossível, como eu sinto enquanto escrevo isto, num canto escuro deste bar, vencer-me e ser tão desonesto em frente aos teus olhos... Fingir para ti. Dói.

Mas se você está lendo isto, é sinal que terminarei este ato. Que deixei com Ace a senha para você entrar aqui e saber tudo que guardei tempo demais...

Agora é a hora de deixar para você a verdade. Leia e use o que puder.

Decidi que faria algo por você, sozinho, após o incidente com Kuroi e Jenova, em Junon. Percebi, enquanto esperávamos que você acordasse, que precisava lhe ajudar - lhe dar uma chance de salvar nosso Mundo. É o teu maior sonho. E tornou-se o meu também. Eu vislumbrei finalmente minha missão: protegê-lo deles.

Sabe o quão ruim eu sou em decisões. Mas parti seguindo o rastro deles através do mar e tua Fenrir veio comigo. Quase você. Sou grato a ela. Sempre.

Perto de Costa de Sol achamos os N-Code. Kuroi não estava entre eles e mudei minha estratégia para uma rápida rendição. Pedi a Fenrir que voltasse para você - o fato é que não acreditei que hoje ainda estaria vivo.

Ambos sabemos que tive mais sorte que juízo. Serviu para angariar informações e vou passá-las. Os N-Codes que estão com teu gêmeo, os estudei. Explore a lealdade deles, pois Kuroi os trata à base do tacão, desprezando-os abertamente. O mínimo gesto de cortesia e respeito desperta neles a chama da traição. No que se transforma em animais, um toque gentil mudou a atitude. Naquele que fala bastante e parece muito arrogante, com sorriso vulpino, a consideração pelas suas palavras irá trazê-lo para o seu lado, detesta a forma subalterna e indiferente com que seu líder o trata. Estive perto o bastante de um terceiro, sem um dos olhos, como eu, e que só ouvi rugir - parece sempre no limite da fúria - este eu creio que deva ser seduzido pelo reconhecimento de sua força e de sua coragem, ele parece necessitar colocar a prova, mostrar, o poder de seu corpo e de seu espírito selvagem...

Conheci teu irmão. Ele falou de mim e para mim como se fôssemos íntimos. Ou ele tem uma grande ciência de sua vida através de espiãos... ou algum tipo de elo contigo... Talvez você saiba a resposta. Ele sabe até mesmo o nome que você me deu.

Mas Kuroi não parece teu gêmeo. Preste atenção, entenda que isso aqui que deixo e que a minha luta contra ele são ambos meu tributo a você e à nossa luta. Um tributo àqueles que amamos. Ao futuro, Drako. Não desperdice essas palavras.

Ele diz coisas sem coerência ou lógica. Só posso imaginar que esteja fora de si. Ou louco ou controlado por Jenova, o fato é que ele perdeu-se. Não sei se há salvação possível. Prometo a ti que tentarei, antes de sacar armas do coldre.

A filosofia dele é que os humanos estão destruindo o planeta. E que antes, destruíram os Cetras. E ele, que se julga um vingador dos Cetras, acredita que a única forma de salvar o planeta é através daquela coisa... Jenova... que ele chama de 'mãe' o tempo todo: A Mãe de Todas as Coisas... Ele pretende dar a ela as Huges e deixá-la varrer este Mundo. Acredita que ela poupará àqueles escolhidos por ele para um novo Começo.

Eu ganhei tempo com ele e essa missão graças ao fato de mentir-lhe. Confessei que eu era pra você uma ferramenta abandonada. Foi o suficiente. Imagino que algo sério aconteceu entre vocês no passado, para que ele acredite nisso. Para que ele diga que você promete, mas não cumpre.

Vou continuar com o que descobri: ele e os seus N-Codes são nômades. Mas têm acesso através de um portal a um lugar onde se escondem e onde guardam as Huges e Ela... Kuroi chamou-o de 'A Cidade Perdida'. Uma floresta branca no interior de uma gruta congelada, cheia de lifestream.

Drako, ele sabe de cada passo seu. Sabia que estava em Nibelheim, enquanto falava comigo. Ele me disse que você entregará a ele a última Materia. Disse-me que você mesmo vai trazê-la para ele.

Não venha. Não faça isso. Lute. Impeça Jenova. Eu te deixo nas mãos de Troy e de Uriel. Sei que eles serão teu esteio e trarão luz pros teus olhos, jamais ficará só.

Relembro agora cada um de nossos instantes. Desde o mais marcante até o mais insignificante. Todos. E uma calma me preenche, entende? Tive tudo por poucos dias. Tanto além do que imaginava ser a vida, tanto mais do que merecia. E assim é que te digo, outra vez, e não minto, ombro a ombro, estarei sempre contigo, sempre, e pedirei a esse Deus, se Ele existe, que te abençoe e proteja a todos os que estimo.

Adeus.