sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ashes for Ash... [New Edda Arch]

[New Edda Arch ~ texto 4,
para acompanhar o arco, ler tb:
http://pattybiakko.blogspot.com/]


Faz um mês que fomos derrotados... Não escrevi nada sobre isso. Nem vou...

Não posso - não consigo - me detesto em cada detalhe sórdido destas lembranças. Me crucifico e ainda assim é pouco. Pouco demais.

Cheiro de cinzas e metal queimado. Estou sozinho. De novo. Em Corel. Ironicamente a maldita Shinra Corp fez o possível para encontrá-lo, para reorganizar uma cidade deserta. Cidade... - huh! - Inferno!...

Amanhã parto. Vou seguir de povoado em povoado até chegar na sua trilha... Não. Não, você não pode estar aqui embaixo... Não... me nego a crer que você... que você...

... A noite não tem mais estrelas. Nem o calor do teu corpo insone a dois passos do meu. Sem teu silêncio, o rugir das trevas me impacienta. Como você está?...

Não consigo dormir. Rondo, cavo, farejo... Tão... patético... Chamo, como se você me escutasse... Falo contigo... como se pudesse estar só brincando, oculto, me ouvindo... E quando o dourado fosco luta contra o pó do céu, eu quase te sinto ao meu lado... Só um instante... e então... aos poucos, a certeza da tua ausência... a procura... e a exaustão a qual não posso me render... vazia de sonhos...

Perdido... Sem uma meta. Sem hoje. Sem amanhãs. Eu sou o culpado. Em meu lugar - para o meu caixão! - teu filho... Eu deveria tê-lo atraído para longe de vocês... Deveria estar com a maldita Huge!!!

Entende?!

Mas...

E se eu tivesse te contado tudo... teria sido melhor?... Ou simplesmente seria o empurrão que te faltava para que fôsses combatê-lo sozinho? Ah... Me arrependo de não ter tentado matá-lo quando ele esteve ao meu lado. Tive tantas chances, tantas guardas-baixas...

Kuroi!!!...

As vezes sonho com isso... Olhos abertos, tão cansado para me deixar deitar, com tanto a fazer antes de ter paz... Sonho, doce, em acabar com a carcaça trapaceira, daquele desgraçado! De tantas formas diferentes. Ah, a vingança... Vê-lo surpreso em seus últimos instantes, virar as costas, sabendo que a ameaça está extinta... E voltar para casa, - voltar, voltar... - receber teu carinho mudo, a folia de Uriel, o olhar atencioso de Ane... A correria das crianças ao redor de minhas pernas e a solidez do Santo... Uma tarde com Ace, vendo-o montar suas geringonças, escutando-o falar... Cervejas com Troy. Risadas. Aquele sangue... tão bem pago! Minha crueldade tão bem recompensada, diabos!!!

Escrevo isso e noto: não é mais remédio... Não tenho alívio em confessar essas coisas, como antes. Sequer conforto em desabafá-las. Não... Essas palavras apontam da tela para mim e me dizem: - Você mereceu, mas eles não...

Estou só... Carrego este peso e esta dívida para com o Mundo. Para com aqueles que estimo. Tropeço a cada passo no que perdi e no que não posso mudar.

Eu errei.

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