domingo, 8 de março de 2009

Homeless and less of none



Por favor, disperse um pouco minha mente...

Com palavras inventadas, cânticos que me soam como encantamentos... simplesmente... rapte meus pensamentos pelo tempo que for possível... preciso que eles párem... um só instante... que me deixem livre... quero respirar... quero centrar-me nos objetivos com clareza...

Enterramos aquele que brotou do Mundo e quase atingia os céus... Pirilampos de verde pulsante soprados de sua carcaça evanescente... Veredas que tomamos... Uma brecha... Eu o aniquilei... Esses músculos superaram sua força simplesmente para que deixasses de existir...

Para que os deixasse em Paz...

Não os magoasse mais...

Porque meu peito arfa quando tudo parece perder a cor e cheiro os sonhos deles apodrecendo... Quando as palavras são capazes de me derrubar mais certeiras que as toneladas do teu metal sombrio, Guardião... Quando meus atos passam longe de serem entendidos e eu recebo cada vez menos quando volto ao lar... O lar... essa coisa... está se esfarelando...

E o rumo parece ser partir...

Só a batalha tem me chamado... Honestamente... Só ela, é pura e clara para mim... E só nela não há nada que eu faça que pareça dúbio...

Todo dia tento convencer-me do contrário...

Todo o dia alguém me joga de volta o quanto de nada eu valho entre eles, sem ser essa arma...

Então... Tudo isso são ilusões para uma montagem de DNA e carne?...

Ouvi questões... Mutilar o Planeta e salvá-lo... andamos para isso?...

E se tudo que penso proteger, eu esteja também, matando?...

Nesse momento, antes de tocar na porta... Eu páro. Reflito.

Queria salvá-los... Queria construir algo - me salvar também...

Sinto nas dobras dos meus artelhos, o escarlate de todos os sangues, o negro e o metálico de tantas armas. Um rastro suave, quase esquecido, de textura de fios macios em dois tons de dourado... Uma sensação tão delicada da maciez da pele quente em contraste com o peso de ossos quebrando e carne segurando-se contra lâminas...

Deixo na terra as garras em punhais de mim, estirpadas em vermelho... Olho dedos em branco sujo - e o que penso?... Penso que não há como cortar meu passado... Não há como tornar-me um deles... E o que sou, seria suficiente? Ou ainda sou tão perigoso quanto antes?

Essa mente afiada, criada entre monstros, como eu, para intimidar, desmotivar e enganar, pode gerar as palavras que essas pessoas precisam?... Estive tanto tempo mais entre os cadáveres que plantei...

Olho a maçaneta e hesito...

Imagens de um titã que levantou-se pelos pecados dessa gente, inocente... o messias do Planeta... varrido pelos que se disseram... salvadores do Mundo...

Meus lábios tremem e não tenho palavras... Então, num sussurro... escapa...

... "não quero errar..."

... Voltei para encontrar meu lar
e pelo meu lar erguer essa mão
mas nunca mais cheguei àquele espaço
e outras portas que pensei levarem a ele
eram labirintos... e me perdi
escutei suas vozes e quis gritar:
- dessa vez, alguém me ache!
e dos corredores e ruas
palavras como placas contraditórias
me fazem girar e girar no mesmo relento
- eu voltei... hey, eu voltei!
mas o endereço
onde pertenço
que houve que já não mais encontro?


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