Evitei-o deliberadamente...
Tentei ocupar-me. Cada vez que o Sol ameaça clarear - eu já estou lá, trabalhando. Cada vez que se vai... sou o último a me despedir... e minha vida fica rala... e meu sangue corre lento e viscoso...
As pessoas que precisam de mim... As vejo irem aos seus refúgios... E penso... Talvez não precisem tanto de mim... Não aqui... O que eu realmente faço sempre bem... Talvez devesse deixar esses muros e proteger os que ainda estão perdidos nesse caos...
Minha família se despedaça cada final de tarde... Boneco de pano partido...
Janto cercado de sonhos infantis. E de frente para o Santo... Ele sempre tem palavras luminosas para mim ao final de cada dia... teria ele a sabedoria para me fazer acertar?...
Não dormi nos últimos dias...
Tenho furtivamente acompanhado Drako - sei que ele volta para aquele apartamento vazio... Revejo minha escolha... me dói... Mas creio que tenha sido a mais certa - libertá-lo. Gostaria que ele não se amarrasse em mim como quem toma um dever e afunda com ele... E é isso que me parece. Espero um pouco, ao longe... E depois me vou... Quero dar a ele um espaço para respirar...
Vadio pelas ruas, em vigília... Pelos telhados e becos... Entre as ruínas... Nos esgotos...
Duas vezes visitei meu filho... Mas tenho tanto a perguntar... Calo... Pois ele sempre tem ainda mais a dizer... E gosto dele... Gosto de tanta energia... Vejo que ele se orgulha... Ainda ficaria altivo se soubesse que ando me escorando por dentro, perdido, sentindo as paredes caindo sobre mim?
Uma vez eu escutei os passos dela, num prédio da ShinRa... Não quiz cruzar seu caminho... Mas me mantenho informado sobre os progressos de Asgard...
E fora isso... Reviro-me sobre o colchão com o cheiro pesado e ardido de tantos corpos e histórias... Meu olho só fecha uns poucos minutos... Quando não suporto olhar o céu pela clarabóia...
Não tenho paz...
A felicidade que acumulo nas horas claras... se esvai rápido...
As vezes não sei quem sou...
Cuido as ruas devoradas por esse horizonte tão curto... Meu peito bate forte e rápido. Como um tambor anunciando a batalha. Exigindo que eu vá...
E ele quer que o irmão viva... E acho que ela também...
Minha mente não se cala, quando estou só... E nesta madrugada Ace me contou sobre a nova crise... o Geostigma... Isso me motiva a ir atrás de respostas. Uma pista. Por uma chance, fui capaz de tolerar o humano e suas manias. Até mesmo tentar compreendê-lo. Por uma chance, eu rompo minha estratégia e finalmente o chamo em sua porta - eu quero oferecer-lhe a esperança...
Nada, no entanto, me prepara para suportar seu olhar opaco... - Onde está o céu luminoso que sempre me sorri de volta?...
Eu te abandonei... - é isso? - Vergonha.
Mas tu estás com o garoto Cetra... - Um gole de ira e ciúme.
Fecho-me para não ser mais mutilado. Fecho-me para segurar-me. Fecho-me para que tu continues ao lado dele, e não ao meu...
E rezo... Em silêncio... Para que suas mãos se juntem. Para que o que se cria entre vocês, perdure... Apesar de mim...
Nada é bem-vindo...
Acabo sentindo a velha sensação do fracasso tingir-me de preto... Estraguei tudo - e por nada... Outra vez... Como vocês poderiam me perdoar por isso?... Como eu?...
Meus ombros se encolhem e meu coração espasma menor... lendo em cada gesto seu o quanto me desaprova... o quanto gostaria de não me ver aqui...
Será assim?...
Eu quis... Agora... Se perdê-lo por inteiro... A culpa será toda minha... Só espero vê-lo forte... Isso me bastaria para me erguer...
Vê-lo vivo.
Isso me bastaria para viver.
Vê-lo amar.
Isso... ... ... seria... ... ... uma jóia...
E depois de tudo... Quando outra missão chega ao fim... Uma voz amiga me surpreende... Fios vermelhos ao vento sob a luz que pisca como uma estrela moribunda... Uma maciez entre esses braços sempre vazios... O perfume doce que canta ao meu peito.
Poderia me ajoelhar aos seus pés e pedir por socorro...
Não saberia como.
Então... Levo-a ao meu covil... Mantendo-a a salvo... E espero... espero de novo...
... o Sol...
Tentei ocupar-me. Cada vez que o Sol ameaça clarear - eu já estou lá, trabalhando. Cada vez que se vai... sou o último a me despedir... e minha vida fica rala... e meu sangue corre lento e viscoso...
As pessoas que precisam de mim... As vejo irem aos seus refúgios... E penso... Talvez não precisem tanto de mim... Não aqui... O que eu realmente faço sempre bem... Talvez devesse deixar esses muros e proteger os que ainda estão perdidos nesse caos...
Minha família se despedaça cada final de tarde... Boneco de pano partido...
Janto cercado de sonhos infantis. E de frente para o Santo... Ele sempre tem palavras luminosas para mim ao final de cada dia... teria ele a sabedoria para me fazer acertar?...
Não dormi nos últimos dias...
Tenho furtivamente acompanhado Drako - sei que ele volta para aquele apartamento vazio... Revejo minha escolha... me dói... Mas creio que tenha sido a mais certa - libertá-lo. Gostaria que ele não se amarrasse em mim como quem toma um dever e afunda com ele... E é isso que me parece. Espero um pouco, ao longe... E depois me vou... Quero dar a ele um espaço para respirar...
Vadio pelas ruas, em vigília... Pelos telhados e becos... Entre as ruínas... Nos esgotos...
Duas vezes visitei meu filho... Mas tenho tanto a perguntar... Calo... Pois ele sempre tem ainda mais a dizer... E gosto dele... Gosto de tanta energia... Vejo que ele se orgulha... Ainda ficaria altivo se soubesse que ando me escorando por dentro, perdido, sentindo as paredes caindo sobre mim?
Uma vez eu escutei os passos dela, num prédio da ShinRa... Não quiz cruzar seu caminho... Mas me mantenho informado sobre os progressos de Asgard...
E fora isso... Reviro-me sobre o colchão com o cheiro pesado e ardido de tantos corpos e histórias... Meu olho só fecha uns poucos minutos... Quando não suporto olhar o céu pela clarabóia...
Não tenho paz...
A felicidade que acumulo nas horas claras... se esvai rápido...
As vezes não sei quem sou...
Cuido as ruas devoradas por esse horizonte tão curto... Meu peito bate forte e rápido. Como um tambor anunciando a batalha. Exigindo que eu vá...
E ele quer que o irmão viva... E acho que ela também...
Minha mente não se cala, quando estou só... E nesta madrugada Ace me contou sobre a nova crise... o Geostigma... Isso me motiva a ir atrás de respostas. Uma pista. Por uma chance, fui capaz de tolerar o humano e suas manias. Até mesmo tentar compreendê-lo. Por uma chance, eu rompo minha estratégia e finalmente o chamo em sua porta - eu quero oferecer-lhe a esperança...
Nada, no entanto, me prepara para suportar seu olhar opaco... - Onde está o céu luminoso que sempre me sorri de volta?...
Eu te abandonei... - é isso? - Vergonha.
Mas tu estás com o garoto Cetra... - Um gole de ira e ciúme.
Fecho-me para não ser mais mutilado. Fecho-me para segurar-me. Fecho-me para que tu continues ao lado dele, e não ao meu...
E rezo... Em silêncio... Para que suas mãos se juntem. Para que o que se cria entre vocês, perdure... Apesar de mim...
Nada é bem-vindo...
Acabo sentindo a velha sensação do fracasso tingir-me de preto... Estraguei tudo - e por nada... Outra vez... Como vocês poderiam me perdoar por isso?... Como eu?...
Meus ombros se encolhem e meu coração espasma menor... lendo em cada gesto seu o quanto me desaprova... o quanto gostaria de não me ver aqui...
Será assim?...
Eu quis... Agora... Se perdê-lo por inteiro... A culpa será toda minha... Só espero vê-lo forte... Isso me bastaria para me erguer...
Vê-lo vivo.
Isso me bastaria para viver.
Vê-lo amar.
Isso... ... ... seria... ... ... uma jóia...
E depois de tudo... Quando outra missão chega ao fim... Uma voz amiga me surpreende... Fios vermelhos ao vento sob a luz que pisca como uma estrela moribunda... Uma maciez entre esses braços sempre vazios... O perfume doce que canta ao meu peito.
Poderia me ajoelhar aos seus pés e pedir por socorro...
Não saberia como.
Então... Levo-a ao meu covil... Mantendo-a a salvo... E espero... espero de novo...
... o Sol...