Esse casco de metal me leva de lá... E a eles também... Desafiamos as tempestades do Céu, a própria gravidade... Asgard... permanece cravada naquele solo congelado, como uma adaga de ouro...
Recuperamos ele... Eu o olho agora, com insistência. Todo o instante me agito... ainda penso que posso acordar... e me ver sentado em outra soleira de porta... sozinho... buscando, buscando...
Apesar dele estar logo ali, todos estamos em silêncio... Ácido, cheiro de lágrimas contidas, um sal interno qualquer, sangue de bocas mordidas... Vestígios de uma nova procissão de luto... Uriel... reencontraremos ele, perdido para sempre... sim... ou talvez não... Levamos teu pai para ver-te, desta vez...
Ele... Uma muralha inacessível... Duro, firme, ausente... Pedra... Granito... Não devo tocá-lo, eu sinto... Ou falar com ele, tampouco... Eu quero... Mas é ele que me avisa, calado... Ele permanece de pé simplesmente por estar assim - impenetrável... Se alguém atingi-lo agora... Respeito a sua dor. E velo contigo tudo que enterramos... eu o acompanho... nesse funeral de lembranças...
Rosas que florescem no inverno... Gosto de ferro entre os dentes... A paisagem move-se e desvela-se como um longo, interminável, cadáver. Aqui de cima, analisamos, cada um a sós, suas feridas abertas, uma a uma... E então outro tempo, o olho - e sinto que posso. Mais forte que tudo, o impulso - a fé de que lutando alcançaremos um futuro. Sim... ele está logo a minha frente...
Escuro, lá fora, e eu me recolho sem luzes, costas nesse macio... Esta noite, somente a presença dele não me traz paz... por que?... Algo... algo cava me peito, sem trégua... Uma falta, escondida de mim... Tons de negro, pardo, cinza - brasas soprando vermelhas do fundo do Mundo... A espuma dos vagalhões... trovejando... chumbo e um branco que só é branco em minha mente... E nada disso me sossega... Minha missão não me distrai... A tristeza de minha família não me ocupa...
Há um peso só meu nesta longa madrugada... Invisível... Irreconhecível... Eu... poderia fechar os olhos... e... sonhar que o encontro?... esse algo... que perdi? ... O que?...
{ ... in a world of carbon fields, acid rain and rusted iron limbs, our kisses are just holographic designs floating over the cold network... there are no more prays to be listen... shallow oiled minds... his blood... so so green... as a revenge of nature growing inside his toxicated bones... as a sick thin hope to our lost souls... }
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