domingo, 21 de setembro de 2008

Worn my world, wolf, wonders my words, so wrong

Alcatéia...

Assim chamou-nos a minha origem. Disse que essa era a minha pretensão. Talvez ele esteja certo.

Sinto um dever em mim para contigo. Visceral. Isso eu sei. Então, poderia ser pretensão? Pode ser que ele esteja errado.

Não seria a primeira.

Você é agressivo comigo. Mesmo assim, sinto que devo ser paciente. Instintivamente lembro que ser desafiador faz parte dos mais jovens. E lembro outras coisas minhas que me fazem rilhar os dentes. Coisas pelas quais eu esganaria teu pescoço, só para jogá-las no esquecimento. Ou não?

Não é meu único dilema.

Que fique claro: eu comando. Dardejo teus olhos com os meus. Desfilo minha força ostensivamente. Ainda assim, encara, duvida, troça. Que há com você? Não se importa em por a si em perigo, desde que não rasteje por nada... Ah, e que foi que te fiz?

Tua fúria é estranha, também.

No meio da estrada, teu pêlo. Preto como o meu. E olhei no teu olho. Agudo e violento como o meu já foi há tempos. Palavras ácidas. Síndrome de repúdio.

Mas tua companhia me conforta.

Será engano pensar que somos um par de semelhantes? Porque agora é tarde para recuar à segurança. Já sabe de meus planos, tanto que não contei a ele, e já dividimos minha fúria pelas tuas palavras toscas. Tu tentas me derrubar com que objetivo, garoto?

Acha que não deveria ter te trazido comigo, hm?

Até mesmo minha família, fingida, desejada desde as raízes insólitas de uma alma inventada em mim, te dei a conhecer. Ela é muito mais minha porque a fiz assim. Queria que tu desses passos para dentro. Pareces preferir a solidão.

E o passado, aí está, em comum, ponto a ponto.

Quer dizer que tudo isso e ainda mais, que não digo, pode caber numa única palavra? Nessa designação descrente e humilhante? Pretensão.

Oito patas numa trilha esmaecida e esburacada. Dentes. Pulsos violentos. Tangentes, círculos e paralelas. Você é... minha Alcatéia...?

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