Me torturo. Recordo, outra vez. Era teu corpo grudado no meu. Contra meu peito desprotegido, teus calafrios sob a coberta macia demais. Você, um cadáver respirando. Eu era o combustível que devia manter a tênua chama da tua vida acesa. Por que me importo?... Porque... você... você não pode morrer.
Meus braços se negavam a relaxar, a desabar contra ti e arrastá-lo ainda mais perto... Como eu me perdoaria por juntar-te contra mim sabendo que aquela fome ia consumir-me pelas entranhas, selvagem e veludosa, até arrancar-me tudo? Não... eu não podia abraçá-lo.
E se me obrigasse a falar?... Eu teria voz? Me socorreriam palavras com algum sentido? Correndo contra mim e para ti, eu estive duplamente fora do meu lugar. Estava quase à mercê, mas acuado demais para baixar as minhas defesas - eu o faria em pedaços. Não... nós jamais poderíamos ter ido mais longe.
Coisas espalhadas erraticamente. Todas... em todas... teu cheiro... e de novo... Em todas... todas... aquele testemunho de quem você é... Aquele lugar é você... Você está em tudo ali... Faixas de gaze... Roupas toscas... Sapatos sujos... Cama desarrumada... Pratos mal-lavados... Sei o que comeu... Como dormiu... Tuas feridas... Você me sufoca até que o deixo entrar, cada inspiração, um pedaço seu vêm a minha consciência... Eu te monto feito um quebra-cabeças interminável... Cada peça... um sentimento de advertência... o horror de talvez não conseguir abandoná-lo...
E se você...? Não... isso nunca.
{ ... in a world of carbon fields, acid rain and rusted iron limbs, our kisses are just holographic designs floating over the cold network... there are no more prays to be listen... shallow oiled minds... his blood... so so green... as a revenge of nature growing inside his toxicated bones... as a sick thin hope to our lost souls... }
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
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