domingo, 24 de fevereiro de 2008

Greenish bubbles as iidich mumble-jumbles

Úteros artificiais. Luzes verde-azuladas, frias... Grades... Tubulações... Máquinas ninando... coisas... Cantigas rangidas entre fiações coloridas. Alumínio. Ferro. Vedações. Você, como um Deus. Tuas pupilas frias sobre aquelas criações vindas de ti. O contato de nós dois. Um presságio da sensação de peso insustentável em teu corpo. Um flash no teu rosto de menino da verdade por trás de nós dois.

Eles estavam presos. Mas, você também não era livre. Rato de laboratório. Simples código genético. Amorfo. Você foi mais sepultado que teus descendentes. Eu respirei o ar de várias cidades. Vi o sol se pôr e subir de novo. Nuvens. Folhas. Eu pintei o deserto de vermelho. Frases foram ditas só prá mim. Rocei a morte todo novo dia. Derramei-me em dezenas de mulheres. Cetim, seda. Loira, morena. Sei montar minha pistola de olhos vendados. Treze pontos fatais. Distingo o medo no teu suor.

Sei... nunca fui tão livre também. Mas eu te achei. Arrombei a porta da minha prisão. E a da tua. Tiros. Minha carne. Meu olho. Toda a realidade despencando em mim. Neóns. Sinais. Teus gráficos continuam um mistério. Tu só recolhe dados meus. Estéril. Buraco-negro. Sabes que não te pouparia. Sabes o que eu quero. Mantenha essa distância saudável. É esperto em não confiar em mim.

E então o jogo muda. Teu sorriso. Tua voz. Espio tuas brincadeiras. Meço tua aproximação do garoto. Onde está o padrão por trás dos teus atos? Teatro. Entre xícaras te estudo. Noz moscada. Maçãs. Aposto isso. Corre na minha espinha que está tramando algo... Que peça somos no teu tabuleiro, garoto-ancião?

Porque ainda me força a carregá-lo? Aquele pedido extremo, refletido nas poças sujas. Tuas lágrimas, quando antes? Nada disso combina. Cadê aquele serzinho raquítico? Onde escondeu tuas feições desbotadas? Céu cinzento rolando sobre nós. Tu me pressionas com um abraço estreito demais. Ruas num vôo uivante. Tua presença às minhas costas. Um magneto que me derruba para dentro de você. E sempre esbarro em teus portões fechados.

Tua pele clara é menos pálida que a minha. Tuas feições de menino, mais humanas. Teu olhar inspira compaixão. O meu, jamais. Derivo de ti: quando mergulho em teus olhos, no som de tuas tripas, no ritmo de tua respiração, reconheço minhas raízes. Não somos iguais, sequer parecemos...

Ah!... Aposto que o que é não passa de engodo. Você se esconde. Tudo, uma densa camuflagem. Sim, pressinto o blefe em cada silêncio teu. Hora ou outra, as cartas acabam. Vou olhá-lo direto entre os olhos, como na primeira vez. E dessa derradeira vez... te farei falar.


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